quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Papa nomeia dom Lorenzo Baldisseri secretário da Congregação para os Bispos, no Vaticano


Na manhã desta quarta-feira 11 de Janeiro, o papa Bento XVI transferiu o atual Núncio Apostólico no Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri para a Secretaria da Congregação para os Bispos, um dos dicastérios da Cúria Romana, no Vaticano. Dom Baldisseri havia completado nove anos de nomeação para a Nunciatura Apostólica no Brasil no dia 12 de Dezembro passado. Antes, ele foi núncio no Haiti (1992 - 1995), no Paraguai (1995 - 1999), na Índia e no Nepal (1999 - 2002). 
No Brasil, ele sucedeu a dom Alfio Rapisarda. Dom Lorenzo Baldisseri passa a responder pela Secretaria da Congregação para os Bispos que tem como prefeito, desde junho de 2010, o cardeal canadense Marc Oullet, que esteve presente e orientou o retiro espiritual dos bispos na última Assembleia Geral da CNBB, em maio de 2011, em Aparecida (SP). O Secretário anterior da Congregação era o ex-núncio apostólico na Espanha, arcebispo português, dom Manuel Monteiro de Castro, que será criado cardeal no próximo Consistório, de 18 de fevereiro, conforme anúncio feito pelo Santo Padre no Angelus da Epifania, dia 6 de janeiro.A propósito da transferência do núncio apostólico, o cardeal arcebispo de Aparecida e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Raymundo Damasceno Assis, emitiu, em nome da Presidência, a seguinte nota:
Saudação ao novo Secretário da Congregação para os Bispos
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) felicita a dom Lorenzo Baldisseri pela nomeação para o cargo de Secretário da Congregação para os Bispos, um dos mais importantes dicastérios da Cúria Romana. Reconhecemos, com gratidão, sua trajetória como Núncio Apostólico no Brasil, marcada por excelente atuação tanto junto às autoridades brasileiras como representante do Papa, quanto pelo seu zelo apostólico manifestado pelas visitas pastorais realizados a numerosas dioceses. Além disso, seus pronunciamentos, particularmente registrados no recém-lançado livro “Ação e Missão – Um itinerário eclesial no Brasil”, sempre foram iluminadores de modo a contribuir com a CNBB no serviço da comunhão entre os bispos e com o sucessor de Pedro.

Entre suas beneméritas contribuições para igreja no Brasil, estão a singular atenção pastoral que sempre teve para com os bispos, a presença em todas as assembleias do episcopado (no período em que exerceu sua função de Núncio), o encaminhamento de grande número de nomeações de bispos e a criação de várias dioceses. Destacamos, no entanto, com especial reconhecimento, sua decisiva participação na conclusão do acordo entre o governo brasileiro e a Santa Sé que estabeleceu o Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil, promulgado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 11 de fevereiro de 2010. Naquela ocasião, Dom Baldisseri nos lembrava que com aquele ato solene se concluía o processo deste histórico tratado internacional que “constitui a reafirmação e a consolidação das relações existentes entre o Brasil e a Santa Sé e a adequada e clara regulamentação da significativa presença e contribuição da Igreja Católica para o progresso, a harmonia e o bem comum da sociedade brasileira”.
Em nome do episcopado brasileiro, agradecemos profundamente a Dom Baldisseri pelo seu valioso trabalho junto ao governo e a Igreja no Brasil e asseguramos as nossas orações pelo êxito de sua nova missão a serviço da Igreja como secretário da Congregação para os bispos. Temos a certeza de que a igreja no Brasil será sempre grata pelo seu fecundo trabalho realizado como Núncio Apostólico em nosso país.
Cardeal Dom Raymundo Damasceno de Assis.
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Congregação para a Doutrina da Fé divulga nota pastoral com indicações para o Ano da Fé


A Congregação para a Doutrina da Fé divulgou, neste sábado, 7, uma nota com as indicações pastorais para o Ano da Fé. A nota contempla todos os níveis da Igreja, desde o nível universal, das Conferências Episcopais, diocesano e em nível das paróquias, comunidades, associações e movimentos.
Com a Carta Apostólica Porta Fidei, de 11 de outubro de 2011, o Santo Padre, Bento XVI convocou um Ano da Fé. Ele começará no dia 11 de outubro 2012, por ocasião do quinquagésimo aniversário da abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II, e terminará em 24 de novembro de 2013, Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo.
Este ano será uma ocasião propícia a fim de que todos os fiéis compreendam mais profundamente que o fundamento da fé cristã é “o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo”. Fundamentada no encontro com Jesus Cristo ressuscitado, a fé poderá ser redescoberta na sua integridade e em todo o seu esplendor. “Também nos nossos dias a fé é um dom que se deve redescobrir, cultivar e testemunhar” para que o Senhor “conceda a cada um de nós vivermos a beleza e a alegria de sermos cristãos”.
O início do Ano da Fé coincide com a recordação de dois grandes eventos que marcaram a face da Igreja nos nossos dias: o quinquagésimo aniversário da abertura do Concílio Vaticano II, desejado pelo beato João XXIII (11 de outubro de 1962), e o vigésimo aniversário da promulgação do Catecismo da Igreja Católica, oferecido à Igreja pelo beato João Paulo II (11 de outubro de 1992).
Concílio, segundo o papa João XXIII, quis “transmitir pura e íntegra a doutrina, sem atenuações nem subterfúgios”, empenhando-se para que “esta doutrina certa e imutável, que deve ser fielmente respeitada, seja aprofundada e exposta de forma a responder às exigências do nosso tempo”. A este propósito, continua sendo de importância decisiva o início da Constituição dogmática Lumen Gentium: “A luz dos povos é Cristo: por isso, este sagrado Concílio, reunido no Espírito Santo, deseja ardentemente iluminar com a Sua luz, que resplandece no rosto da Igreja, todos os homens, anunciando o Evangelho a toda a criatura (cfr. Mc. 16,15)”.
A partir da luz de Cristo, que purifica, ilumina e santifica na celebração da sagrada liturgia (cf. Constituição Sacrosanctum Concilium) e com a sua palavra divina (cf. Constituição dogmática Dei Verbum), o Concílio quis aprofundar a natureza íntima da Igreja (cf. Constituição dogmática Lumen gentium) e a sua relação com o mundo contemporâneo (cf. Constituição pastoral Gaudium et spes). Ao redor das suas quatro Constituições, verdadeiras pilastras do Concílio, se agrupam as Declarações e os Decretos, que enfrentam alguns dos maiores desafios do tempo.
Depois do Concílio, a Igreja se empenhou na assimilação (receptio) e na aplicação do seu rico ensinamento, em continuidade com toda a Tradição, sob a guia segura do Magistério. A fim de favorecer a correta assimilação do Concílio, os Sumos Pontífices convocaram amiúde o Sínodo dos Bispos , instituído pelo Servo de Deus Paulo VI em 1965, propondo à Igreja orientações claras por meio das diversas Exortações apostólicas pós-sinodais. A próxima Assembléia Geral do Sínodo dos Bispos, no mês de outubro de 2012, terá como tema: A nova evangelização para a transmissão da fé cristã.

Desde o começo do seu pontificado, o papa Bento XVI se empenhou de maneira decisiva por uma correta compreensão do Concílio, rechaçando como errônea a assim chamada “hermenêutica da descontinuidade e da ruptura” e promovendo aquela que ele mesmo chamou de “’hermenêutica da reforma’”, da renovação na continuidade do único sujeito-Igreja, que o Senhor nos concedeu; é um sujeito que cresce no tempo e se desenvolve, permanecendo porém sempre o mesmo, único sujeito do Povo de Deus a caminho”.

O Catecismo da Igreja Católica, pondo-se nesta linha, é, de um lado, “verdadeiro fruto do Concílio Vaticano II”, e de outro pretende favorecer a sua assimilação. O Sínodo Extraordinário dos Bispos de 1985, convocado por ocasião do vigésimo aniversário da conclusão do Concílio Vaticano II e para efetuar um balanço da sua assimilação, sugeriu que fosse preparado este Catecismo a fim de oferecer ao Povo de Deus um compêndio de toda a doutrina católica e um texto de referência segura para os catecismos locais. O Papa João Paulo II acolheu a proposta como desejo “de responder plenamente a uma necessidade verdadeira da Igreja Universal e das Igrejas particulares”. Redigido em colaboração com todo o Episcopado da Igreja Católica, este Catecismo “exprime verdadeiramente aquela a que se pode chamar a ‘sinfonia da fé’”.
O Catecismo compreende “coisas novas e velhas (cf. Mt 13,52), porque a fé é sempre a mesma e simultaneamente é fonte de luzes sempre novas. Para responder a esta dupla exigência, o ‘Catecismo da Igreja Católica’ por um lado retoma a ‘antiga’ ordem, a tradicional, já seguida pelo Catecismo de São Pio V, articulando o conteúdo em quatro partes: o Credo; a sagrada Liturgia, com os sacramentos em primeiro plano; o agir cristão, exposto a partir dos mandamentos; e por fim a oração cristã. Mas, ao mesmo tempo, o conteúdo é com freqüência expresso de um modo ‘novo’, para responder às interrogações da nossa época”.
Este Catecismo é “um instrumento válido e legítimo a serviço da comunhão eclesial e como uma norma segura para o ensino da fé.” . Nele os conteúdos da fé encontram “a sua síntese sistemática e orgânica. Nele, de facto, sobressai a riqueza de doutrina que a Igreja acolheu, guardou e ofereceu durante os seus dois mil anos de história. Desde a Sagrada Escritura aos Padres da Igreja, desde os Mestres de teologia aos Santos que atravessaram os séculos, o Catecismo oferece uma memória permanente dos inúmeros modos em que a Igreja meditou sobre a fé e progrediu na doutrina para dar certeza aos crentes na sua vida de fé”.
O Ano da Fé quer contribuir para uma conversão renovada ao Senhor Jesus e à redescoberta da fé, para que todos os membros da Igreja sejam testemunhas credíveis e alegres do Senhor ressuscitado no mundo de hoje, capazes de indicar a “porta da fé” a tantas pessoas que estão em busca. Esta “porta” escancara o olhar do homem para Jesus Cristo, presente no nosso meio “todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28, 20). Ele nos mostra como “a arte de viver” se aprende “numa relação profunda com Ele”. “Com o seu amor, Jesus Cristo atrai a Si os homens de cada geração: em todo o tempo, Ele convoca a Igreja confiando-lhe o anúncio do Evangelho, com um mandato que é sempre novo. Por isso, também hoje é necessário um empenho eclesial mais convicto a favor duma nova evangelização, para descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé”.
Por ordem do papa Bento XVI, a Congregação para a Doutrina da Fé redigiu a presente Nota, em acordo com os Dicastérios competentes da Santa Sé e com a contribuição do Comitê para a preparação do Ano da Fé , com algumas indicações para viver este tempo de graça, sem excluir outras propostas que o Espírito Santo quiser suscitar entre os Pastores e os fiéis nas diversas partes do mundo.
Indicações
“Eu sei em quem pus a minha fé” (2 Tm 1, 12): esta palavra de São Paulo nos ajuda a compreender que “antes de mais, a fé é uma adesão pessoal do homem a Deus. Ao mesmo tempo, e inseparavelmente, é o assentimento livre a toda a verdade revelada por Deus”. A fé como confiança pessoal no Senhor e a fé que professamos no Credo são inseparáveis, se atraem e se exigem reciprocamente. Existe uma ligação profunda entre a fé vivida e os seus conteúdos: a fé das testemunhas e dos confessores é também a fé dos apóstolos e dos doutores da Igreja.
Neste sentido, as seguintes indicações para o Ano da Fé desejam favorecer tanto o encontro com Cristo por meio de autênticas testemunhas da fé, quanto o conhecimento sempre maior dos seus conteúdos. Trata-se de propostas que visam solicitar, de maneira exemplificativa, a pronta responsabilidade eclesial diante do convite do Santo Padre a viver em plenitude este Ano como um especial “tempo de graça”. A redescoberta alegre da fé poderá contribuir também a consolidar a unidade e a comunhão entre as diversas realidades que compõem a grande família da Igreja.
I. Em nível da Igreja universal
1. O principal evento eclesial no começo do Ano da Fé será a XIII Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, convocada pelo Papa Bento XVI para o mês de outubro de 2012 e dedicada à Nova evangelização para a transmissão da fé cristã. Durante este Sínodo, no dia 11 de outubro de 2012, acontecerá uma celebração solene de inauguração do Ano da Fé, recordando o qüinquagésimo aniversário de abertura do Concílio Vaticano II.
2. No Ano da Fé devem-se encorajar as romarias dos fiéis à Sé de Pedro, para ali professarem a fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo, unindo-se àquele que é chamado hoje a confirmar seus irmãos na fé (cf. Lc 22, 32). Será importante favorecer também as romarias à Terra Santa, lugar que por primeiro viu a presença de Jesus, o Salvador, e de Maria, sua mãe.
3. No decorrer deste Ano será útil convidar os fiéis a se dirigirem com devoção especial a Maria, figura da Igreja, que “reúne em si e reflete os imperativos mais altos da nossa fé”. Assim pois deve-se encorajar qualquer iniciativa que ajude os fiéis a reconhecer o papel especial de Maria no mistério da salvação, a amá-la filialmente e a seguir a sua fé e as suas virtudes. A tal fim será muito conveniente organizar romarias, celebrações e encontros junto dos maiores Santuários.
4. A próxima Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em 2013 oferecerá uma ocasião privilegiada aos jovens para experimentar a alegria que provém da fé no Senhor Jesus e da comunhão com o Santo Padre, na grande família da Igreja.
5. Deseja-se que sejam organizados simpósios, congressos e encontros de grande porte, também a nível internacional, que favoreçam o encontro com autênticos testemunhos da fé e o conhecimento dos conteúdos da doutrina católica. Demonstrando como também hoje a Palavra de Deus continua a crescer e a se difundir, será importante dar testemunho de que em Jesus Cristo “encontra plena realização toda a ânsia e anélito do coração humano” e que a fé “se torna um novo critério de entendimento e de ação que muda toda a vida do homem”. Alguns congressos serão dedicados à redescoberta dos ensinamentos do Concílio Vaticano II.
6. Para todos os crentes, o Ano da Fé oferecerá uma ocasião favorável para aprofundar o conhecimento dos principais Documentos do Concílio Vaticano II e o estudo do Catecismo da Igreja Católica. Isto vale de modo particular para os candidatos ao sacerdócio, sobretudo durante o ano propedêutico ou nos primeiros anos dos estudos teológicos, para as noviças e os noviços dos Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica, bem como para aqueles que vivem um período de prova para incorporar-se a uma Associação ou a um Movimento eclesial.
7. Este Ano será a ocasião propícia para acolher com maior atenção as homilias, as catequeses, os discursos e as outras intervenções do Santo Padre. Os Pastores, as pessoas consagradas e os fiéis leigos serão convidados a um empenho renovado de efetiva e cordial adesão ao ensinamento do Sucessor de Pedro.
8. Durante o Ano da Fé, se deseja que haja várias iniciativas ecumênicas, em colaboração com o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, com o fim de invocar e favorecer “a restauração da unidade entre todos os cristãos” que é “um dos principais propósitos do sagrado Concílio Ecumênico Vaticano II”. Em particular, acontecerá uma solene celebração ecumênica a fim de reafirmar a fé em Cristo por parte de todos os batizados.
9. Junto ao Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização será instituída uma Secretaria especial para coordenar as diversas iniciativas relativas ao Ano da Fé, promovidas pelos vários Dicastérios da Santa Sé ou que tenham relevância para a Igreja universal. Será conveniente informar com tempo esta Secretaria sobre os principais eventos organizados: ela também poderá sugerir iniciativas oportunas a respeito. A Secretaria abrirá para tanto um site internet com a finalidade de oferecer todas as informações úteis para viver de modo eficaz o Ano da Fé.
10. Por ocasião da conclusão deste Ano, na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, acontecerá uma Eucaristia celebrada pelo Santo Padre, na qual se renovará solenemente a profissão de fé.
II. Em nível das Conferências Episcopais
1. As Conferências Episcopais poderão dedicar uma jornada de estudo ao tema da fé, do seu testemunho pessoal e da sua transmissão às novas gerações, na consciência da missão específica dos Bispos como mestres e “arautos da fé”.
2. Será útil favorecer a republicação dos Documentos do Concílio Vaticano II, do Catecismo da Igreja Católica e do seu Compêndio, também em edições de bolso e econômicas, e a sua maior difusão possível com a ajuda dos meios eletrônicos e das tecnologias modernas.
3. Deseja-se um esforço renovado para traduzir os Documentos do Concílio Vaticano II e o Catecismo da Igreja Católica nas línguas em que ainda não existem. Encorajam-se as iniciativas de sustento caritativo para tais traduções nas línguas locais dos Países em terra de missão, onde as Igrejas particulares não podem arcar com as despesas. Tudo isto seja feito sob a guia da Congregação para a Evangelização dos Povos.
4. Os Pastores, haurindo das novas linguagens de comunicação, devem se empenhar para promover transmissões televisivas ou radiofônicas, filmes e publicações, também em nível popular e acessíveis a um grande público, sobre o tema da fé, dos seus princípios e conteúdos, como também sobre o significado eclesial do Concílio Vaticano II.
5. Os Santos e os Beatos são as autênticas testemunhas da fé. Portanto será oportuno que as Conferências Episcopais se empenhem para difundir o conhecimento dos Santos do próprio território, utilizando também os modernos meios de comunicação social.
6. O mundo contemporâneo é sensível à relação entre fé e arte. Neste sentido, se aconselha às Conferências Episcopais a valorizar adequadamente, em função catequética e eventualmente em colaboração ecumênica, o patrimônio das obras de arte presentes nos lugares confiados à sua cura pastoral.
7. Os docentes nos Centros de estudos teológicos, nos Seminários e nas Universidades católicas são convidados a verificar a relevância, no exercício do próprio magistério, dos conteúdos do Catecismo da Igreja Católica e das implicações que daí derivam para as respectivas disciplinas.
8. Será útil preparar, com a ajuda de teólogos e autores competentes, subsídios de divulgação com caráter apologético (cf. 1 Pd 3, 15). Assim cada fiel poderá responder melhor às perguntas que se fazem nos diversos âmbitos culturais, ora no tocante aos desafios das seitas, ora aos problemas ligados ao secularismo e ao relativismo, ora “a uma série de interrogativos, que provêm duma diversa mentalidade que, hoje de uma forma particular, reduz o âmbito das certezas racionais ao das conquistas científicas e tecnológicas”, como também a outras dificuldades específicas.
9. Deseja-se um controle dos catecismos locais e dos vários subsídios catequéticos em uso nas Igrejas particulares, para garantir a sua conformidade plena com o Catecismo da Igreja Católica. No caso em que alguns catecismos ou subsídios não estejam em plena sintonia com o Catecismo, ou revelem algumas lacunas, poder-se-á encetar a elaboração de novos, eventualmente segundo o exemplo e a ajuda de outras Conferências Episcopais que já providenciaram à sua redação.
10. Será oportuna, em colaboração com a competente Congregação para a Educação Católica, um controle da presença dos conteúdos do Catecismo da Igreja Católica na Ratio da formação dos futuros sacerdotes e no Curriculum dos seus estudos teológicos.
III. Em nível diocesano
1. Deseja-se uma celebração de abertura do Ano da Fé e uma solene conclusão do mesmo a nível de cada Igreja particular, ocasião para “confessar a fé no Senhor Ressuscitado nas nossas catedrais e nas igrejas do mundo inteiro”.
2. Será oportuno organizar em cada Diocese do mundo uma jornada sobre o Catecismo da Igreja Católica, convidando especialmente os sacerdotes, as pessoas consagradas e os catequistas. Nesta ocasião, por exemplo, as Eparquias orientais católicas poderiam preparar um encontro com os sacerdotes para testemunhar a sensibilidade específica e a tradição litúrgica próprias ao interno da única fé em Cristo; assim as jovens Igrejas particulares nas terras de missão poderão ser convidadas a oferecer um testemunho renovado daquela alegria na fé que tanto as caracterizam.
3. Cada Bispo poderá dedicar uma sua Carta pastoral ao tema da fé, recordando a importância do Concílio Vaticano II e do Catecismo da Igreja Católica levando em conta as circunstâncias pastorais específicas da porção de fiéis a ele confiada.
4. Deseja-se que em cada Diocese, sob a responsabilidade do Bispo, sejam organizados momentos de catequese, destinados aos jovens e àqueles que estão em busca de um sentido para a vida, com a finalidade de descobrir a beleza da fé eclesial, e que sejam promovidos encontros com as testemunhas significativas da mesma.
5. Será oportuno controlar a assimilação (receptio) do Concílio Vaticano II e do Catecismo da Igreja Católica na vida e na missão de cada Igreja particular, especialmente em âmbito catequético. Neste sentido se deseja um empenho renovado por parte dos Ofícios catequéticos das Dioceses, os quais – com o apoio das Comissões para a Catequese das Conferências Episcopais ; têm o dever de providenciar à formação dos catequistas no que diz respeito aos conteúdos da fé.
6. A formação permanente do clero poderá ser concentrada, especialmente neste Ano da Fé, nos Documentos do Concílio Vaticano II e no Catecismo da Igreja Católica, tratando, por exemplo, de temas como “o anúncio do Cristo ressuscitado”, “a Igreja, sacramento de salvação”, “a missão evangelizadora no mundo de hoje”, “fé e incredulidade”, “fé, ecumenismo e diálogo interreligioso”, “fé e vida eterna”, “a hermenêutica da reforma na continuidade”, “o Catecismo na preocupação pastoral ordinária”.
7. Os Bispos são convidados a organizar, especialmente no período da quaresma, celebrações penitenciais nas quais se peça perdão a Deus, também e particularmente, pelos pecados contra a fé. Este Ano será também um tempo favorável para se aproximar com maior fé e maior freqüência do sacramento da Penitência.
8. Deseja-se um envolvimento do mundo acadêmico e da cultura por uma renovada ocasião de diálogo criativo entre fé e razão por meio de simpósios, congressos e jornadas de estudo, especialmente nas Universidades católicas, mostrando “que não é possível haver qualquer conflito entre fé e ciência autêntica, porque ambas, embora por caminhos diferentes, tendem para a verdade.
9. Será importante promover encontros com pessoas que, “embora não reconhecendo em si mesmas o dom da fé, todavia vivem uma busca sincera do sentido último e da verdade definitiva acerca da sua existência e do mundo”, inspirando-se também nos diálogos do Pátio dos Gentios, organizados sob a guia do Conselho Pontifício para a Cultura.
10. O Ano da Fé poderá ser uma ocasião para prestar uma maior atenção às Escolas católicas, lugares próprios para oferecer aos alunos um testemunho vivo do Senhor e para cultivar a sua fé com uma referência oportuna à utilização de bons instrumentos catequéticos, como por exemplo, o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica ou como o Youcat.
IV. Em nível das paróquias / comunidades / associações / movimentos
1. Em preparação para o Ano da Fé, todos os fiéis são convidados a ler e meditar atentamente a Carta apostólica Porta fidei do Santo Padre Bento XVI.
2. O Ano da Fé “será uma ocasião propícia também para intensificar a celebração da fé na liturgia, particularmente na Eucaristia”. Na Eucaristia, mistério da fé e fonte da nova evangelização, a fé da Igreja é proclamada, celebrada e fortalecida. Todos os fiéis são convidados a participar dela conscientemente, ativamente e frutuosamente, a fim de serem testemunhas autênticas do Senhor.
3. Os sacerdotes poderão dedicar maior atenção ao estudo dos Documentos do Concílio Vaticano II e do Catecismo da Igreja Católica, tirando daí fruto para a pastoral paroquial – a catequese, a pregação, a preparação aos sacramentos – e propondo ciclos de homilias sobre a fé ou sobre alguns dos seus aspectos específicos, como por exemplo “o encontro com Cristo”, “os conteúdos fundamentais do Credo”, “a fé e a Igreja”.
4. Os catequistas poderão haurir sobremaneira da riqueza doutrinal do Catecismo da Igreja Católica e guiar, sob a responsabilidade dos respectivos párocos, grupos de fiéis à leitura e ao aprofundimento deste precioso instrumento, a fim de criar pequenas comunidades de fé e de testemunho do Senhor Jesus.
5. Deseja-se que nas paróquias haja um empenho renovado na difusão e na distribuição do Catecismo da Igreja Católica ou de outros subsídios adequados às famílias, que são autênticas igrejas domésticas e primeiro lugar da transmissão da fé, como por exemplo no contexto das bênçãos das casas, dos Batismos dos adultos, das Crismas, dos Matrimônios. Isto poderá contribuir para a confissão e aprofundimento da doutrina católica “nas nossas casas e no meio das nossas famílias, para que cada um sinta fortemente a exigência de conhecer melhor e de transmitir às gerações futuras a fé de sempre”.
6. Será oportuno promover missões populares e outras iniciativas nas paróquias e nos lugares de trabalho para ajudar os fiéis a redescobrir o dom da fé batismal e a responsabilidade do seu testemunho, na consciência de que a vocação cristã “é também, por sua própria natureza, vocação ao apostolado”.
7. Neste tempo, os membros dos Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica são solicitados a se empenhar na nova evangelização, com uma adesão renovada ao Senhor Jesus, pela contribuição dos próprios carismas e na fidelidade ao Santo Padre e à sã doutrina.
8. As Comunidades contemplativas durante o Ano da Fé dedicarão uma intenção de oração especial para a renovação da fé no Povo de Deus e para um novo impulso na sua transmissão às jovens gerações.
9. As Associações e os Movimentos eclesiais são convidados a serem promotores de iniciativas específicas, as quais, pela contribuição do próprio carisma e em colaboração com os Pastores locais, sejam inseridas no grande evento do Ano da Fé. As novas Comunidades e os Movimentos eclesiais, de modo criativo e generoso, saberão encontrar os modos mais adequados para oferecer o próprio testemunho de fé ao serviço da Igreja.
10. Todos os fiéis, chamados a reavivar o dom da fé, tentarão comunicar a própria experiência de fé e de caridade dialogando com os seus irmãos e irmãs, também com os das outras confissões cristãs, com os seguidores de outras religiões e com aqueles que não crêem ou são indiferentes. Deste modo se deseja que todo o povo cristão comece uma espécie de missão endereçada aqueles com os quais vive e trabalha, com consciência de ter recebido “a mensagem da salvação para a comunicar a todos”.
Conclusão
A fé “é companheira de vida, que permite perceber, com um olhar sempre novo, as maravilhas que Deus realiza por nós. Solícita a identificar os sinais dos tempos no hoje da história, a fé obriga cada um de nós a tornar-se sinal vivo da presença do Ressuscitado no mundo”. A fé é um ato pessoal e ao mesmo tempo comunitário: é um dom de Deus que deve ser vivenciado na grande comunhão da Igreja e deve ser comunicado ao mundo. Cada iniciativa para o Ano da Fé quer favorecer a alegre redescoberta e o testemunho renovado da fé. As indicações aqui oferecidas têm o fim de convidar todos os membros da Igreja ao empenho a fim de que este Ano seja a ocasião privilegiada para partilhar aquilo que o cristão tem de mais caro: Cristo Jesus, Redentor do homem, Rei do Universo, “autor e consumador da fé” (Heb 12, 2).
Roma, da Sede da Congregação para a Doutrina da Fé, aos 6 de janeiro de 2012, Solenidade da Epifania do Senhor.

Ajuda humanitária brasileira abriga imigrantes haitianos

Após ser devastado pelo terremoto ocorrido em janeiro de 2010, o Haiti, país mais pobre das Américas e do Caribe, tem tido um elevado fluxo de emigrantes. Em busca de oportunidades para reconstruir suas vidas, cerca de 5.000 haitianos entraram e estão vivendo no Brasil desde o primeiro trimestre de 2011, segundo o Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH). A Amazônia brasileira é a principal fronteira de entrada dos haitianos, principalmente pelos estados do Amazonas, Acre e Rondônia. Com isso, pequenos municípios como o de Basiléia (AC) e Tabatinga (AM), têm sofrido com a falta de estrutura para abrigar e alimentar a grande quantidade de imigrantes.
Procedentes da Bolívia e do Peru, onde sofrem muitos abusos e roubos, os haitianos entram ilegalmente no Brasil após terem perdido tudo no terremoto, que provocou a morte de cerca de 200 mil pessoas e deixou mais de 1 milhão de desabrigados. Do total de imigrantes, há informações de que aproximadamente mil haitianos se encontram em Tabatinga (AM) e mais de 1.250 se encontram em Brasiléia no (AC), aguardando atendimento da Polícia Federal, para receberem o protocolo do pedido de refúgio.
Para se ter uma ideia, até o último dia 23 de dezembro, 3.396 pessoas já tinham feito pedido de refúgio e seus processos já estão sendo analisados pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare). Outros 619 processos já foram deferidos, e se encontram em fase de processamento e posterior publicação no Diário Oficial da União. Com o recebimento do visto, os haitianos podem ter a Carteira de Trabalho, obter CPF e ir em busca de trabalho pelo Brasil.
Até lá, quando  obterem o visto de permanência, os haitianos passam alguns meses no Acre, mais especificamente em Brasiléia. A cidade com pouca infraestrutura, não tem condições de oferecer recursos como abrigo e alimentação para todo o contingente. Tanto o governo do estado, quanto as entidades sociais e principalmente a Igreja, tem realizado trabalhos para ajudar a esta população. “Até agora em Basiléia existem 1.250 haitianos, esse volume corresponde a 10% da população da cidade, e só nos últimos dez dias chegaram mais 400 pessoas”, informou a irmã Rosita Milesi, assessora da Pastoral da Mobilidade Humana, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
A pequena cidade de aproximadamente 15 mil habitantes não tem onde abrigar essa grande quantidade de pessoas, já que possui um pequeno hotel com apenas 30 lugares. “As pessoas estão dormindo na praça ou acumulados em oito ou 10 pessoas em quartos onde caberiam três ou quatro”, afirma o padre Raimundo de Araújo Lopes, da paróquia Nossa senhora das Dores. Autoridades locais e entidades sociais apelam por alimentos, dinheiro e ofertas de emprego, em caráter emergencial, para favorecer a integração destes imigrantes para que possam sustentar a si e às famílias que ficaram no Haiti.
Diante desse cenário, a Igreja Católica tem atuado solicitando apoio junto ao Governo Federal e outras entidades já que só desta forma poderão atender minimamente a esta população, pois o estado do Acre já não tem como oferecer sustento e apoio. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) solicitou ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) o envio de alimentos ao município de Brasiléia, no Acre. Na semana do Natal, os haitianos receberam cestas de alimentos, contendo arroz, feijão, farinha de mandioca, óleo de soja, açúcar, flocos de milho, macarrão e leite em pó.
O Brasil é signatário do tratado internacional da Organização das Nações Unidas (ONU) que trata de refugiados, e a migração haitiana para o país é uma questão de política e de relações internacionais, tanto com o Haiti quanto com a França, que foi a colonizadora daquele país. Com isso, o Brasil manifesta sua solidariedade permitindo que estes imigrantes residam no país, e possam trabalhar pelo sustento de suas famílias,  reconstruindo a vida após a tragédia do terremoto. Para tal, é fundamental que as empresas e todos aqueles que possam oferecer vagas de trabalho, estejam abertos a acolher estas pessoas e a ajudá-las na capacitação, principalmente a introdução à língua portuguesa. A Ajuda Humanitária acontece por meio do Estado, da Igreja e de pessoas da Sociedade Civil, como voluntários e doadores de objetos e alimentos.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Mensagem do papa Bento XVI para o Dia Mundial dos Enfermos 2012

Foi publicada ontem, 3, a Mensagem do papa Bento XVI para o Dia Mundial do Enfermo 2012, dia 11 de fevereiro próximo, data em que a Igreja celebra em seu calendário litúrgico Nossa Senhora de Lourdes. O documento tem como tema "Levanta-te e vai; a tua fé te salvou!", extraído do Evangelho segundo São Lucas (17, 19).
“Os doentes e os que sofrem encontrem na fé uma âncora segura”, é o desejo do Santo Padre que em sua Mensagem para o Dia Mundial do Enfermo ressalta que "quem crê jamais está sozinho".
O papa dirige-se com palavras de particular proximidade aos doentes e aos sacerdotes, que dão assistência espiritual nos hospitais, chamados a se sentirem "verdadeiros ministros dos enfermos". O Sumo Pontífice reitera que, a exemplo de Cristo, os fiéis são chamados a acolher toda vida humana, particularmente se “frágil e enferma", e a curvar-se "sobre os sofrimentos materiais e espirituais do homem para curá-los".
Bento XVI destaca também os "Sacramentos de Cura", ou seja, da Penitência e da Reconciliação e sobre o Sacramento dos Enfermos, que alcançam seu natural cumprimento na Comunhão Eucarística. “Sacramentos que iluminam o binômio entre saúde física e renovação das dilacerações da alma".
“Quem na doença invoca o Senhor certo de que o Seu amor jamais o abandona e de que também jamais falta o amor da Igreja. No Sacramento da Penitência, na medicina da confissão, a experiência do pecado não degenera em desespero, mas encontra o amor que perdoa e transforma", escreve o papa.
Por isso, o momento do sofrimento ao invés de ser motivo de desespero, pode "transformar-se tempo de graça para voltar-se para si mesmo, repensar a própria vida e nos próprios erros, como o filho pródigo”, diz um trecho do texto.
Depois, faz votos de que seja valorizado o Sacramento da Unção dos Enfermos, que não deve ser considerado "quase um sacramento menor em relação aos outros". Pelo contrário, reitera o Pontífice, este Sacramento "merece hoje uma maior consideração, quer na reflexão teológica, quer na ação pastoral para com os doentes".
Por fim, a mensagem evidencia a importância da Eucaristia. “Recebida no momento da doença contribui de modo singular para realizar tal transformação associando o enfermo à oferta que Jesus fez de si mesmo ao Pai para a salvação de todos".
Daí, a exortação a toda a comunidade eclesial e, em particular, às paróquias, a fim de que estejam atentas em assegurar aos doentes e anciãos a possibilidade de receberem com frequência a Comunhão Eucarística.
Leia a íntegra da Mensagem do papa para o Dia Mundial do Enfermo 2012:
Queridos irmãos e irmãs!
Por ocasião do Dia Mundial do Enfermo, que estará comemorando em 11 de fevereiro de 2012, Festa de Nossa Senhora de Lourdes, desejo renovar a minha proximidade espiritual a todos os doentes que estão em locais de cuidados ou são cuidadas em famílias, cada um expressando o solicitude e carinho de toda a Igreja. Aceitação amorosa e generosa de cada vida humana, especialmente os mais fracos e doentes, o cristão expressa um aspecto importante de seu testemunho evangélico o exemplo de Cristo, que se inclinou para a situação do homem para curar físico e espiritual.

1. Neste ano, o que está mais próximo do Dia preparação Solene do Enfermo a ser celebrado na Alemanha em 11 de Fevereiro de 2013 e que irá examinar a figura emblemática do Evangelho do Bom Samaritano (cf. Lc 10,29-37), eu gostaria de ênfase na "sacramentos de cura", que o sacramento da Penitência e da Reconciliação, a Unção dos Enfermos e que tenham sua conclusão natural na Sagrada Comunhão.

O encontro entre Jesus e os dez leprosos, narrado no Evangelho de São Lucas (cf. Lc 17,11-19), em particular as palavras que o Senhor fala a um destes: "Get up and go", a tua fé salvos "(v. 19), ajuda a tomar consciência da importância da fé para aqueles que, sobrecarregados com o sofrimento ea doença, estão perto do Senhor. Na reunião com ele pode verdadeiramente experiência que aqueles que acreditam que é nunca sozinho! De fato, Deus em Seu Filho, não nos abandona em nossa angústia e sofrimento, mas não está próximo, queremos ajudar a trazer cura e profunda em nossos corações (cf. Mc 2 ,1-12).

A fé de que um leproso que, encontrando-se curado, cheio de admiração e alegria, ao contrário dos outros, retorna imediatamente para Jesus para expressar sua gratidão, sugere que a saúde recuperada é um sinal de algo mais valioso do que apenas a cura física, é um sinal de salvação que Deus nos dá através de Cristo, enquanto encontra expressão nas palavras de Jesus, a tua fé te salvou. Quem, em seu próprio sofrimento e da doença, é certo que o Senhor chama Seu amor nunca deixa-lo, e que nunca o amor da Igreja, a extensão do tempo de sua obra de salvação, não. A cura física, a expressão mais profunda da salvação, revela a importância que o homem em sua totalidade de corpo e alma, tem para o Senhor. Cada sacramento, além disso, expressa e implementa a proximidade do próprio Deus, que, sem nenhum custo ", toca-nos através de coisas materiais ..., que ele leva em seu serviço, tornando-os instrumentos do encontro entre nós e ele mesmo " ( Homilia, Missa do Crisma, 01 de abril de 2010 ). "A unidade entre criação e redenção se torna visível. Os sacramentos são uma expressão da materialização de nossa fé que abraça de corpo e alma, o homem todo " ( Homilia, S. Santa Missa Crismal, 21 abr 2011 ).

A principal tarefa da Igreja é, certamente, o anúncio do Reino de Deus ", mas este anúncio mesma deve ser um processo de cura:" ... curar os quebrantados do coração " (Isaías 61:1) " (ibid.) , de acordo com o mandato conferido por Jesus aos seus discípulos (cf. Lc 9,1-2; Mt 10,1.5-14; Mc 6,7-13). A combinação entre a saúde física e renovação de lacerações da alma, em seguida, nos ajuda a entender melhor a "sacramentos de cura".

2. O Sacramento da Penitência foi muitas vezes o centro da reflexão dos Pastores da Igreja, precisamente por causa da grande importância no modo de vida cristão, já que "todo o valor da Penitência consiste em restaurar-nos a graça de Deus com ele em uma íntima e grande amizade " ( Catecismo da Igreja Católica, 1468 ). A Igreja, sobre a proclamação do perdão e da reconciliação soou por Jesus não cessa de convidar toda a humanidade a ser convertido e crer no Evangelho. É precisamente o apelo do Apóstolo Paulo: "Em nome de Cristo ... Somos embaixadores através de nós é o próprio Deus que chama. Rogamo-vos em nome de Cristo, reconciliai-vos com Deus "(2 Cor 5,20). Jesus, em sua vida, e torna o presente anunciar a misericórdia do Pai. Ele não veio para condenar mas para perdoar e salvar, para dar esperança mesmo nas mais escuras profundezas do sofrimento e do pecado, para dar a vida eterna, assim também no sacramento da Penitência, na "medicina da confissão," a experiência de o pecado não degenera em desespero, mas ele conhece o amor que perdoa e transforma (cf. João Paulo II, Exortação Apostólica. ap. postsin. Reconciliatio et Paenitentia , 31).

Deus é "rico em misericórdia" (Ef 2.4), como o pai da parábola (cf. Lc 15:11-32), o coração não fecha a qualquer um dos seus filhos, mas espera por eles, olhá-los vai além onde a recusa da comunhão aprisiona no isolamento e divisão, chama-os a reunir em torno de sua mesa na alegria da festa do perdão e da reconciliação. O momento de sofrimento, que pode surgir a tentação de ceder ao desânimo e desespero, pode se tornar tão na hora de voltar para a graça para si e, como uma parábola do filho pródigo, a repensar suas vidas, reconhecendo erros e fracassos, para ouvir a nostalgia do abraço do Pai, e refazer o caminho para sua casa. Ele, em seu grande amor, sempre tomando conta de nossas vidas e está esperando para dar a cada criança que vem de volta para ele, o dom da reconciliação e cheio de alegria.

3. Da leitura dos Evangelhos, é claro que Jesus sempre demonstrou uma atenção especial aos doentes. Ele não só enviou seus discípulos para fixação suas feridas (cf. Mt 10,8; Lc 9.2, 10.9), ele também instituiu um sacramento específico para eles: a Unção dos Enfermos. A Carta de Tiago testemunha a presença deste sinal sacramental na primeira comunidade cristã (cf. 5:14-16): a Unção dos Enfermos e pela oração dos sacerdotes, toda a Igreja encomenda os doentes ao sofrimento e glorificado Senhor, porque vai aliviar o seu sofrimento e salvá-los, ou melhor, exorta-os a estar espiritualmente unido à paixão e morte de Cristo, para contribuir para o bem do Povo de Deus

Este sacramento nos leva a contemplar o mistério dupla do Monte das Oliveiras, onde Jesus foi encontrado dramaticamente na frente do caminho mostrado pelo Pai, da Paixão, o supremo ato de amor, e ele aceitou. Nesta hora de julgamento, ele é o mediador ", carregando em si mesmo, assume o sofrimento ea paixão do mundo, transformando-o em um grito a Deus, trazendo-o diante dos olhos e nas mãos de Deus, e assim trazendo-a para o tempo real Redenção " ( Lectio Divina, Encontro com o Clero de Roma, 18 de fevereiro de 2010 ). Mas "o Jardim das Oliveiras é ... também o lugar de onde ele subiu para o Pai, é, portanto, o lugar de redenção ... Este duplo mistério do Monte das Oliveiras é também sempre o óleo "ao vivo" sacramental da Igreja ... sinal da bondade de Deus que nos toca "( Homilia, Missa do Crisma, 01 de abril de 2010 ). Unção dos Enfermos, o material é oferecido óleo sacramental, por assim dizer, "o que a medicina de Deus ... agora nos assegura de sua bondade, força e consolo para nós, mas ao mesmo tempo, além do tempo de doença, a cura definitiva, para a ressurreição (cf. Tg 5,14) " (ibid.).

Este sacramento hoje merece maior atenção, tanto na reflexão teológica e ação pastoral nos pacientes. Valorização do conteúdo da oração litúrgica que se adaptam a diferentes situações relacionadas com a doença humana, e não apenas quando ele está no fim da vida (cf. Catecismo da Igreja Católica, 1514 ), a Unção dos Enfermos não deve ser considerada como quase "um sacramento de menores "que os outros. O cuidado pastoral e atenção para com os doentes, embora seja um sinal da ternura de Deus para aqueles que estão sofrendo, o outro traz benefício espiritual para os sacerdotes e toda a comunidade cristã, no conhecimento de que o que é feito para o pouco é feito para o próprio Jesus (cf. Mt 25,40).

4. Sobre os "sacramentos da cura" St. Agostinho diz: "Deus cura todas as tuas enfermidades. Não temais, pois: todas as minhas doenças são curadas ... Você apenas deixá-lo cuidar de si mesmo e por favor se livrar de suas mãos " (Exposição sobre o Salmo 102 , 5: PL 36, 1319-1320). Ela  é um meio precioso da graça de Deus, que ajudam o paciente a  mais estrita observância com o Mistério da Morte e Ressurreição de  Cristo. Juntos, estes dois sacramentos, gostaria também de salientar  a importância da Eucaristia. Recebida no momento da doença  contribui de uma forma única, para fazer tal transformação,  associando aquele que se alimenta do Corpo e Sangue de Jesus oferta que  Ele fez de Si mesmo ao Pai pela salvação de todos. Toda a comunidade  da Igreja, e as comunidades paroquiais, em particular, preste atenção  para garantir a possibilidade de se aproximar da comunhão com freqüência  os sacramentos àqueles que, por motivos de saúde ou idade, não podem freqüentar  locais de culto. Assim, estes irmãos e irmãs é dada a  oportunidade de fortalecer sua relação com Cristo crucificado e ressuscitado,  participando com as suas vidas oferecidas para o amor de Cristo, a própria missão  da Igreja. Nesta perspectiva, é importante que os sacerdotes que  seu delicado trabalho em hospitais, asilos e nas casas  dos doentes sentem de verdade "," Ministros dos Doentes ", um sinal e instrumento da  compaixão de Cristo, que deve chegar cada homem marcado pelo  sofrimento " ( Mensagem para o Dia Mundial do Doente, XVIII, 22 nov  2009 ).

A conformação do mistério pascal de Cristo, também através da prática da comunhão espiritual, assume um significado especial quando ele é administrado e recebeu a Eucaristia como viático. Naquela ocasião, o ressoar existência ainda mais fortemente as palavras do Senhor: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6:54). A Eucaristia, especialmente como viático é - de acordo com a definição de Santo Inácio de Antioquia - "remédio de imortalidade, antídoto para não morrer" (Carta aos Efésios , 20: PG 5, 661), o sacramento da passagem da morte à vida, deste mundo para o Pai, que todos estão esperando na Jerusalém celeste.

5. O tema desta Mensagem para o Dia Mundial XX do Doente, "Get up and go", a tua fé te salvou ", também olha para o próximo" Ano da Fé ", que começa em 11 de Outubro de 2012, uma oportunidade favorável e valiosa a redescobrir a força ea beleza da fé, para aprofundar o conteúdo e dar testemunho na vida cotidiana (cf. Carta apostólica. fidei Portão , 11 de outubro de 2011). Eu quero encorajar os doentes e sofredores sempre encontrar âncora segura na fé, alimentada pela Palavra de Deus, a oração pessoal e dos sacramentos, enquanto eu convidar pastores para estar mais disponível para a sua celebração para os doentes. Exemplo do Bom Pastor e como líderes do rebanho a eles confiado, os sacerdotes estão cheios de alegria, carinho para os mais fracos, os simples, os pecadores, mostrando a infinita misericórdia de Deus com as palavras tranqüilizadoras de esperança (cf. S. Agostinho, Carta 95 , 1: PL 33, 351-352).

Para aqueles que trabalham na área da saúde, bem como às famílias que vêem seus parentes no rosto sofredor do Senhor Jesus, renovo os meus agradecimentos e da Igreja, porque, na competência profissional e em silêncio, muitas vezes, sem mencionar o nome de Cristo, O manifesto concretamente (cf. Homilia, Missa Crismal, 21 de abril de 2011 ).

A Maria, Mãe da Misericórdia e da Saúde dos Enfermos, elevamos o nosso olhar ea nossa oração confiante, a sua compaixão materna, viveu ao lado de seu Filho morrer na cruz, acompanhar e sustentar a fé ea esperança de cada pessoa doente e sofrendo no caminho curar as feridas do corpo e do espírito.

          Tudo o que eu garanto a minha recordação na oração, concedo uma especial Bênção Apostólica a cada um.

                Do Vaticano, 20 novembro de 2011, Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo.
 Benedictus PP XVI